Estava lendo agora a pouco o blog da HSM e me deparei com um artigo muito curioso. Além de citar McLuhan, meu teórico da comunicação favorito, esse artigo chama atenção para uma situação grave. Vou colocar aqui um trecho que resume a idéia, mas recomendo a leitura na íntegra:
“Mesmo sem terminar, o mês de maio de 2009 entra para a história com duas importantes declarações evolvendo a internet.
A primeira, e a mais impactante no meu ponto de vista, foi a do presidente da Sony Pictures Entertainment, Michael Lynton, que afirmou não ver nada de bom na internet, e ainda insinuou que os internautas são folgados e trapaceiros. A outra, um tanto hilária, foi a do ministro das Comunicações, Hélio Costa, que disse que os jovens deveriam largar a internet e voltar para a televisão e o rádio.”
Fui atrás dessas declarações para entender melhor o contexto em que foram dadas. A primeira, do presidente da Sony, embora seja bastante radical tem um fundo mercadológico, no qual ele esta defendendo os seus interesses. Não o defendo, afinal ele deveria entender o novo cenário e tentar traçar outras estratégias, mas ainda assim é um pouco mais aceitável do que a declaração do MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES, que pode ser vista com mais detalhes aqui.
A princípio pensei que ele estivesse falando algo como “saia da internet, vá ler um livro”, já que devemos incentivar a diversidade de fontes e educar as novas gerações a não ficar só na internet, mas o problema aqui é outro. Não era algo como: “Saiam um pouco da internet e vejam mais tv e ouçam mais rádio”. Ele simplesmente disse que devemos abandonar a internet, vejam: “largar a internet e voltar para a televisão e o rádio”.
O que me deixa mais chocada é que, o MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES deixa claro que não tem a menor intimidade com a realidade da internet no Brasil, que já tem um número expressivo de usuários. Usando um argumento extremamente simplório, quem não sabe que podemos ver tv e ouvir rádio pela internet? O senhor Hélio Costa certamente estava se referindo ao conteúdo da TV Aberta e às discussões com relação à TV Digital, mas uma pessoa com o mínimo de conhecimento dos meios de comunicação, sabe que essa afirmação, em qualquer contexto que seja e ainda dita pelo MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES, não é adequada. Que tal agora nos “despendurarmos” dos celulares e voltarmos a usar o telefone fixo? É a mesma coisa.
Desculpem o exagero na caixa alta, mas eu fico envergonhada de saber que a pessoa responsável pelas comunicações em um país (não estamos nem falando de uma empresa e sim de um país inteiro) não tem noção do alcance e da utilidade da internet. E ainda diz que as emissoras tem que investir para atrair o interesse dos jovens, quando o caminho deveria ser o da integração das mídias, da educação uniforme e dos investimentos em tecnologia acessível para todos.
Eu sei, esse post foi um desabafo. Tive vontade até de começar a mobilizar internautas para entrarem em contato com o Sr. Ministro para mostrar que ele deveria conhecer um pouco mais do que fala, mas é desconcertante ver que existe um movimento crescente de pessoas trabalhando na e com a internet e isso passar despercebido pelo GOVERNO.
Só queria lembrar que, enquanto isso, no país mais ao norte, um presidente foi eleito com um apoio gigantesco obtido pela internet e por aqui, nosso ministro renega esse potencial.
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Olá Lili, muito bom seu texto, vc escreve muito bem.
ResponderExcluirParabens