quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Criatividade, paixão e significado

Às vezes nos deparamos com conceitos bastante inovadores em um texto, um livro ou uma palestra. Tempos depois percebemos que aquele conceito, talvez com pouco crédito no começo, já está sendo falado por outras pessoas e a sociedade e o principalmente o mercado - que nunca quer ficar ultrapassado - começam a tomar aquilo como uma necessidade e o tema se torna presente em diversas discussões.

O próximo passo para aquilo que já foi apenas um conceito é a prática. E essa é a parte mais legal!

Um grande amigo e profissional que eu já citei por aqui - Cassiano Mecchi - atual morador da Finlândia, me indicou ontem um ótimo texto que se encaixa na introdução do que escrevi.

Fico extremamente feliz em perceber que boa parte das empresas já entenderam que as pessoas precisam do seu espaço, do seu desenvolvimento pessoal e que o futuro dos negócios está em criar significado e permitir que o indivíduo trabalhe com paixão. Não é o máximo?!

Como falei para vocês, hoje eu vejo que esse tema está começando a entrar em prática e eu fico muito feliz por estar no mercado e em uma empresa que pensa nisso no início da minha carreira. Vale colocar aqui um trecho maravilhosos desse texto:

"É bom deixar claro que todos nós somos criativos e que fazer surgir a criatividade é muitas vezes fruto de uma situação ou de uma necessidade. É como disse aquele velho ditado: “A necessidade é a mãe de todas as invenções”. Todos somos criativos, mas alguns de nós desenvolverão mais esse talento do que outros devido a questões educacionais, sociais e culturais que vão contribuir para o estímulo da criatividade ou para comportamentos menos criativos baseados em repetições de modelos previamente estabelecidos."

E falando em criatividade, sempre vale a pena relembrar a fala do Sir Ken Robinson, né? (legenda em português disponível no menu inferior do player)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Falando em sonhos...

Conheci uma candidata que chegou ao painel final de um dos programas de trainee mais disputados do Brasil. Nessa ocasião, ao fazer sua apresentação pessoal ela falou: "Meu sonho é ser trainee dessa empresa! Eu me preparei no último ano para isso."

Ela não é a primeira pessoa que eu vejo com esse discurso. É muito comum vermos candidatos justificando a razão de quererem tal empresa porque é o sonho da vida deles ser trainee, ou ser trainee daquela companhia.

Pensando como candidata, como trainee e principalmente como RH sobre o assunto, cheguei a algumas conclusões um pouco duras, mas creio que necessárias.

Primeiro, é uma responsabilidade muito grande depositar os seus sonhos em uma companhia. Já imaginou se ela vai à falência? Fecha? É adquirida por uma concorrente? Onde fica o sonho? É complicado administrar isso. Talvez vendo por esse lado algumas pessoas percebam que na verdade aquilo não era um sonho de verdade e somente algo que elas queriam muito naquele momento.

Na minha percepção, um sonho é mais perene. É algo que querermos mais do que tudo e quando alcançado não se torna uma frustração, por mais problemas que surjam depois.

Para aqueles que ainda acreditam em uma empresa e/ou em um cargo como um sonho, tenho uma outra conclusão bastante dura, mas como falei antes, acho que é necessária.

Se te perguntam a razão pela qual você quer trabalhar naquela empresa e você só diz que é um sonho, pode não significar absolutamente nada para quem ouve. Você não mostrou que conhece a empresa, não mostrou com o que se identifica, não mostrou a sua ligação com o negócio...infelizmente, você só falou em um sonho. E sonhos não devem e nem podem ser avaliados por qualquer outra pessoa.

Além disso, a pessoa que recebe essa resposta pode pensar: "Nossa, quantas expectativas! Não quero ser responsável por uma futura frustração desse jovem talento."

Para mim (e isso não quer dizer que seja uma regra a ser seguida por ninguém), prefiro falar de fatos mais concretos. Estilo da empresa, fama no mercado, identificação com os produtos ou coisas desse tipo. Sei que é um tipo de conselho um pouco furado para quem começou a jornada em busca de um trainee (pq critério na hora de se inscrever não é o forte dos candidatos...hehehe), mas se você não tiver esse tipo de justficativa, não apele em vão para os seus sonhos.

Os sonhos de verdade, eu deixo para viver fora do trabalho, onde o céu é o limite e não o budget da companhia =)

Atualização: super recomendo a leitura dos comentários da Valéria e da Martha, queridas amigas de RH =) (elas postaram no Facebook e eu trouxe com meu usuário pra k)!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Mensagens para a carreira

Nessa primeira semana na Unilever estamos passando por uma série de atividades e muitas mensagens estão sendo transmitidas para nós. Algumas delas foram tão valiosas para mim que não achei justo que ficassem guardadas e vim aqui contar para vocês =)

Antes, quero dividir um belo vídeo do TED.
(Abaixo do vídeo você pode escolher a legenda em português)

Assistido o vídeo, o que vou escrever agora fará mais sentido.

Além de toda a aplicação mercadológica da mensagem do "Círculo dourado", a questão do "Why" é extremamente significativa quando a transportamos para nossos relacionamentos e relações profissionais. Me faz lembrar de alguns conceitos de liderança e principalmente um dos verbos que eu mais relaciono a um líder: inspirar.

Como se inspiram pessoas?

Para mim, esse é um questionamento quase mágico, já que inspiração é algo completamente abstrato, sem fórmula e extremamente poderoso. O poder da inspiração pode ser demonstrado com a História. Hitler e Madre Tereza de Calcutá, ambos inspiraram seus seguidores e eles acreditavam e lutavam com veemência por suas causas.

Eu ainda não sei como se inspira alguém, mas sei que ter alguém que nos inspira pode mover montanhas. Um líder inspirador faz com que seus liderados acreditem, como ele, no seu propósito e assim entramos na segunda mensagem:

A importância do propósito.

Vou levar esse papo para um campo mais próximo da realidade. Fazer uma planilha pode ser um saco, mas se você souber em que contexto essa tarefa está inserida, tudo fica diferente. Ok, esse exemplo está um pouco manjado e ficou muito pobre...vamos a outro extremo.

Converse com alguém que tenha filhos e pergunte: "Qual a sua razão de viver?" Eu não tenho filhos, mas acredito que uns 90% responderão que são os pequenos seres que os fizeram passar noites e noites em claro por alguns anos, e ainda assim eles acreditaram e muito nessa causa.

Não sei se esses exemplos ficaram claros, mas todos precisam de um propósito. As empresas cada vez mais enxergam essa necessidade para conquistarem não clientes, e sim "acreditadores" (me lembrei desse vídeo M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!). As pessoas, quando inseridas no mundo corporativo, precisam ainda mais de um propósito, para não se deixarem levar pelo modo automático de viver.

O que nos move são os propósitos, que são muito mais relacionados a crenças e valores do que a metas e planos.

E já que eu falei em planos e metas, a última mensagem realmente mudou a forma como eu vejo minha vida profissional.

Muitas vezes queremos medir nossa carreira pela comparação com quem está perto de nós. Achamos que o cara do nosso lado foi promovido antes, não somos reconhecidos, estamos ficando estagnados, entre outras especulações que a mente humana é capaz de formular. Mas será que essa é a forma certa de "medirmos" nossa vida profissional?

Posso não estar certa, mas os 3 pilares abaixo me pareceram muito corretos para essa mensuração:

1) Você ama o que faz?

2) Você aprende com o que faz?

3) O ambiente e os relacionamentos que você tem no seu trabalho são bons para você?

As conclusões ficam por conta de vocês!